segunda-feira, 18 de julho de 2011

Rabiscando


Dizem que tudo aquilo que escrevemos, criamos ou copiamos, é para alguém, direcionado e inspirado num outro Ser qualquer que seja ele. Seria uma necessidade estridente do Ser ter no que pensar, em algo para apoiar-se de suas ideias brutas? Afinal, para que escrever, para que criar, senão apresentar o que viera de suas lapidações líricas e sentimentais.. Quão gratificante é tomar um lápis e extrair da madeira sentimentalismos, renúncias, pronúncias, acentos, grafias e filosofias; liberta a alma, ateia fogo ao coração de quem o lê, de quem o escreve, interliga os seres tornando-os itens da escrita, irradiando emoções e prazeres por simples rabiscos que tocam tanto, que falam de tanto. Escrever é necessário, assim como respirar, prosseguir, caminhar.. É necessidade aguda para uns, mero dom para outros, dispensável primórdio para os demais. Escrever é dar-se a chance de se entender, de gritar calado, criar realidades e fazer o mundo girar; afinal, para que escrever, para que criar, senão apresentar-se ao mundo como humano, Ser pensante. Podemos salvar que não escrevemos ou criamos apenas para outras pessoas, direcionados para um alguém, mas sim, escrevemos e criamos para nos localizar como merecedor dos sóis de cada manhã, para esclarecer a si mesmo o que é ser Humano.

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